domingo, 12 de agosto de 2012

Poesia da Matemática



Às folhas tantas
do livro matemático
um Quociente apaixonou-se
um dia
doidamente
por uma Incógnita.
Olhou-a com seu olhar inumerável
e viu-a, do Ápice à Base,
uma figura ímpar:
olhos rombóides, boca trapezóide,
corpo octogonal, seios esferóides.
Fez da sua uma vida
paralela à dela
até que se encontraram
no infinito.
"Quem és tu?", indagou ele
em ânsia radical.
"Sou a soma do quadrado dos catetos.
Mas pode me chamar de Hipotenusa."

E de falarem descobriram que eram
(o que em aritmética corresponde
a almas irmãs)
primos entre si.
E assim se amaram
ao quadrado da velocidade da luz
numa sexta potenciação
traçando
ao sabor do momento
e da paixão
retas, curvas, círculos e linhas sinoidais
nos jardins da quarta dimensão.
Escandalizaram os ortodoxos das fórmulas euclidianas
e os exegetas do Universo Finito.
Romperam convenções newtonianas e pitagóricas.
E enfim resolveram se casar,
constituir um lar,
mais que um lar,
um perpendicular.

Convidaram para padrinhos
o Poliedro e a Bissetriz.
E fizeram planos, equações e diagramas para o futuro
sonhando com uma felicidade
integral e diferencial.
E se casaram e tiveram uma secante e três cones
muito engraçadinhos.
E foram felizes
até aquele dia
em que tudo vira afinal
monotonia.

Foi então que surgiu
O Máximo Divisor Comum
Freqüentador de círculos concêntricos,
viciosos.
Ofereceu-lhe, a ela,
uma grandeza absoluta
e reduziu-a a um denominador comum.
Ele, Quociente, percebeu
que com ela não formava mais um todo,
uma unidade.

Era o triângulo,
Tanto chamado amoroso.
Desse problema ela era uma fração,
a mais ordinária.
Mas foi então que Einstein descobriu a Relatividade
e tudo que era espúrio passou a ser
moralidade
como aliás em qualquer
sociedade.















segunda-feira, 11 de junho de 2012

A música Árabe





Om Kalsoum
O termo música árabe  pode ser aplicado a vários estilos e gêneros de música distribuídos por vários países, com culturas diversas, já que a cultura do povo árabe se espalhou por diversas áreas, em especial no Oriente Médio e na África do Norte.

Ela é caracterizada por uma ênfase na melodia e ritmo, em oposição à harmonia. Há alguns gêneros de música árabe que são polifónicos, mas normalmente, a música árabe é homofônica.
Tal tradição possui raízes na poesia do período pré-islâmico conhecida como ”jahiliyyah” (ou “poesia do período de ignorância”). O canto era tarefa confiada às mulheres com belas vozes que aprendiam também a tocar instrumentos (tambor, ud, rebab, etc…) e em seguida, executavam canções respeitando a métrica poética. As composições eram simples, cantadas em um único”maqam” (sistema modal utilizado na música árabe tradicional). Tanto a composição quanto a improvisação musical são baseados no sistema maqam. Maqams são executados na música vocal ou na instrumental sem incluir o componente rítmico.

  • Al-Kindi (801-873 d.C.) foi o primeiro grande teórico da música árabe. Propôs a adição de uma quinta corda ao alaúde e teorizava sobre a conotação cosmológica da música. Publicou quinze tratados de teoria musical, sendo que apenas cinco restaram. É em um de seus tratados que a palavra ”muziqa” foi usado pela primeira vez em árabe.
  • Abulfaraj (897-967) escreveu importante livro, o “Kitab al-Aghani”, uma coleção de poemas e canções em mais de 20 volumes entre os séculos VIII e IX.
  • Al-Farabi (872-950) escreveu um livro notável sobre a música islâmica intitulado ”Kitab al-al-Kabir Musiqi” (O Grande Livro da Música). Seu sistema tonal ainda é usado na música árabe.

Em 1252, Safi al-Din desenvolveu uma forma única de notação musical, onde ritmos foram representados por formas geométricas.


Fairuz


 No século 20, a cidade do Cairo torna-se um centro de inovação musical. Ali, a primeira mulher a assumir uma abordagem musical secular moderna foi Om Kalsoum, rapidamente seguida pela libanesa Fairuz, ambas consideradas lendas da música árabe.








Em 1932, é realizado o Congresso de Música Árabe, um grande simpósio e festival que reuniu no Cairo de 14 de março a 3 de abril estudiosos e artistas de todo o mundo de língua árabe.Delegações de músicos de Argélia, Egito, Iraque, Marrocos, Síria, Tunísia e Turquia se fizeram presentes. Sugerido ao rei Fuad I pelo barão Rodolphe d’Erlanger, o Congresso pretendeu ser o primeiro fórum em grande escala a apresentar, discutir, documentar e registrar as inúmeras tradições musicais do mundo árabe, Norte da África e Oriente Médio (incluindo a Turquia), discutindo-se o futuro, passado e presente da música árabe, pois à época acreditava-se que várias de suas manifestações estavam em declínio, fazendo recomendações para a sua revitalização e preservação. Foram registradas 360 performances pelos grupos visitantes, sendo gravados 162 discos pela empresa HMV (EMI). Além disso, propostas para a modernização e padronização da música árabe foram apresentados, incluindo uma proposta para uniformizar o sistema tonal para 24 compassos por oitava, restaurando o sistema anterior não-temperado, inerente aos antigos estilos. O delegado egípcio Muhammad Fathi recomendava que os instrumentos ocidentais fossem integrados aos conjuntos árabes, devido ao que ele acreditava serem suas superiores qualidades expressivas. Três congressos semelhantes foram realizadas nos anos seguintes, mas nenhum da dimensão e influência do que ocorreu em 1932.
Durante os anos 1950 e 1960 a música árabe começou a assumir um aspecto mais ocidental com instrumentos e letras árabes. Melodias são muitas vezes uma mistura entre estilos orientais e ocidentais.


Agora, vamos a parte experimental:
É eu vi que os vídeos são imensos, mas quando essas mulheres cantam até os passarinho se calam!!
Experimentem, primeiramente observar os músicos e seus instrumentos e a cantora com sua voz expressiva! E depois escute com seus coração, feche os olhos e se deixe levar!!!
Neste momento não trarei nenhuma interpretação de dança, pois acho sinceramente que estas musicas não foram feitas para serem dançadas e sim apreciadas.
Entretanto existem diversas versões mais apropriadas para bailarinas executadas por músicos como Hossan Ramzy entra outros.


Enjoy it!!!!














segunda-feira, 14 de maio de 2012

Estudando a musica Oriental Árabe



Olá amigas de plantão!    
 
                                                             
Resolvi fazer deste blog um caderno de estudos...
Pois quem me conhece sabe, que sou e sempre serei uma eterna 'nerd'!
Quando me deparei com este mundo 'Bellydancer' ,
que a primeira vista já me fisgou, na segunda me deixou completamente atordoada!
Como eu, que nunca nem sequer havia pegado um violão nas mãos ia entender de ritmos, contagem musical, celular rítmica e tantos outros palavrões que andei lendo...
Decidi então começar do principio....
Os instrumento!

Mas os instrumentos árabes são completamente distintos dos nossos!!!
Entre tantas pesquisas feitas através de livros, revistas, blogs e sites internet a fora, sem falar nos longos debates com minhas mestras reais e virtuais.... vou disparar nesta caminhada, rumo ao desconhecido!!

E convido vocês, meus caros leitores a embarcar comigo nesta viagem pela cultura e acordes árabes!!


Para começar esta saga, precisamos saber que uma banda/orquestra árabe é composta por MUITOS músicos,
e cada instrumento trás sua trajetória ao longo da historia,
e que mesmo com muitas diferenças o oriente e o ocidente podem se juntar fazer uma bela harmonia...
Uma bailarina faz parte também da banda, posto que ela toca a musica com seu corpo sem produzir uma unica nota musical! Lá está ela, colocando toda sua beleza, graça, sinuosidade e leveza e precisão a toda e qualquer musica!








Em uma orquestra árabe, o numero de instrumentista varia muito,algo entre 10 a 60 integrantes!
Nela existem profissionais responsáveis pela parte:
Melódica - alaúde, acordeon, violino, kanoun, mizmar, flauta, violoncelos, teclados, etc...
Rítmica - daff, derback, mazhar, snujs, tabel, bendir, bateria, etc...

A base rítmica é feita pelos instrumentos de percussão, Dentre eles o derback é o mais interessante, percebe-se aí que que este instrumento é o coração da orquestra, pois é o que mantém o ritmo de toda composição, o pulsar da banda!
O contrabaixo e o teclado são considerados instrumentos sui generis pois desempenham os papeis de melódicos e rítmicos.
Como numa orquestra ocidental, 'eles' também possuem um maestro para coordenar os músicos e também uma mesa de som, para corrigir as variações entre um instrumento e outro.

Observando-se que existem vinte e dois países árabes, cada qual com seu dialeto e até mesmo língua própria,com certeza haverá divergência na nomenclatura de alguns instrumentos, isto sem falar nos que são considerados folclórico.
Apresentarei aqui na medida do possível, um instrumento por vez para estudarmos, e deixarei este canal aberto a todos os comentários!

Vamos começar nesta semana, com um dos videos mais lindos que já assisti!
A Bailarina Mahaila el Helwa interpreta a musica Sirt El Hob ao lado da banda de Tony Mouzayek
Convido vocês a assistirem duas vezes este vídeo;
Na primeira prestem atenção a banda aos instrumentos e a como a bailarina interpreta cada nuance da musica.
Na segunda, fechem seus olhos, apenas com estímulos auditivos "sintam" a musica, deixem que ela entre em seu coração e te comova!

Enjoy.....